RIO - O Brasil é o segundo país onde mais se baixa música sem pagar, praticamente empatado com a líder Espanha, de acordo com relatório da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês) divulgado na semana passada. A IFPI afirma que as vendas digitais em todo o mundo estão desacelerando e culpa a pirataria pelos males que atingem a indústria. ( Confira aqui a íntegra do estudo )
No ano passado, o crescimento nas vendas digitais foi de 6%, segundo o relatório, contra 12% em 2009 e 25% em 2008. O formato digital representou 29% dos lucros do setor¨em 2010, num total de US$ 4,6 bilhões, contra 25% do ano anterior.
No Brasil, diz o IFPI, 44% dos usuários baixam conteúdo protegido por direitos autorais pelo menos uma vez por mês. A Espanha lidera com 45%. Para criar uma relação entre esses números e as perdas reais em dinheiro, a IFPI cita um estudo da Universidade de Uppsala, na Suécia, estimando que, sem a pirataria, as vendas físicas seriam 72% maiores e as digitais, 131%.
- Cerca de 95% de todo o conteúdo protegido é pirateado - afirma o diretor-executivo da IFPI, Frances Moore.
Um outro estudo da Warner Music , por outro lado, indica que 13% dos internautas nos EUA baixam música pirata na internet. Mas ao mesmo tempo, esses internautas também gastam dinheiro com música - seja em singles online, shows ou outros formatos - padrão que se manteria em outros países.
A IFPI também questiona o suposto crescimento da renda das bandas com shows, causado pela maior facilidade de distribuição de músicas pela internet, segundo alguns analistas. A Federação diz que a renda das 50 principais turnês sofreu queda de 12% comparado ao ano anterior.
Os Rolling Stones lideram o ranking nessa área, com a "Bigger Bang Tour", que arrecadou US$ 591 milhões entre 2005 e 2007. O U2 vem em segundo lugar com "360° Tour", que fez US$ 472 milhões entre 2009 e 2011, seguido pela "Black Ice World Tour", do AC/DC, com US$ 441 milhões entre 2008 e 2010. De qualquer forma, o top 10 é todo formado por turnês ocorridas nos anos 2000.
Para recuperar o crescimento das vendas digitais a indústria aposta nos serviços por assinatura, com streaming ilimitado de canções. Nesse tipo de serviço o usuário não precisa baixar conteúdo para seu computador, basta ter uma conexão de internet para ouvir as músicas online. Além de sites especializados, a IFPI acredita também no sucesso de parcerias com operadoras de celular.
O principal trunfo, no entanto, é o potencial de crescimento da compra online. Mesmo em países com grande penetração de internet banda larga, como EUA e Reino Unido, a proporção de usuários que compram canções online ainda é baixa (16,5% nos EUA e 14% no Reino Unido, por exemplo).
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