Riff de guitarra é uma frase musical curta, acordes encadeados que fisgam o ouvinte e se alojam em seu cérebro. Na história, Keith Richards é o mestre supremo nessa arte. E Josh Homme é um de seus discípulos mais talentosos.

Entre vários projetos, o californiano Homme lidera o Queens of the Stone Age, banda formada em 1997 e conhecida pela molecada roqueira mais esperta.

Bastam as iniciais QOTSA para garantir um show pesado e furioso, como conferiu o público do festival SWU, no ano passado, em Itu (SP).

Homme relança no próximo dia 7 o disco de estreia do grupo, de 1998. O conceito do som da banda já aparece ali.

"Regular John", a primeira faixa, é um exemplo bem acabado da proposta: um riff é tocado repetidas vezes, do início ao fim da música, e aos poucos outros elementos vão sendo agregados. É como um corpo principal que recebe penduricalhos que vão dar sua forma final.

Em uma entrevista na época do lançamento, Homme soltou a definição "robot rock" para a banda. Pouco tempo depois, já estava arrependido da bobagem que disse, mas a ideia de soar como algo robótico, repetitivo à exaustão, faz todo o sentido.

Antes do QOTSA, Homme liderou o Kyuss, um dos expoentes do stoner rock. Esse rótulo traduz um som viajandão, misturando metal e psicodelia. Uma recomendação básica para os adeptos desse estilo é fazer e ouvir música sob efeito de alguma droga.

Isso não é necessário no caso do QOTSA. O som hipnótico e pesado cumpre essa função. As guitarras envolvem o vocal de Homme, que, surpreendentemente, não é gritado, é suave, trazendo mais estranheza.

A nova versão do álbum traz músicas a mais do que o original, todas pesadas: "The Bronze", "These Aren't the Droids You're Looking For" e "Spiders and Vinegaroons".

As duas primeiras foram lançadas em um EP dividido com a banda Beaver (1998). "Spiders and Vinegaroons" fez parte de um item de colecionador hoje muito valioso: o EP de 1997 dividido pelas duas bandas de Homme, Kyuss e QOTSA.

"Queens of the Stone Age" é um relançamento de peso.