Ele vive, atua e cria no plano da inconsciência. E ninguém que se proíba tirar os pés do chão da vida real será capaz de entrar em contato com a melhor parte do que ele faz, do que tem a dizer.
É isso que repetem os amigos de Kleber Gomes, 35 --o Criolo. E não é preciso mais do que uma conversa de 15 minutos com ele para também concordar. Ou menos: basta ouvir sua música.
Figura influente no universo hip-hop há mais de 20 anos (assinava Criolo Doido), ele lança agora "Nó na Orelha", primeiro trabalho que dedica ao gênero "canção".
"A construção das músicas funciona da mesma forma: as letras têm que dar uma sarrafada na cabeça de quem ouve", diz. "Uma música pode derrubar uma nação. E levantar outra."
Produzido por Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral, o álbum é feito dessas sarrafadas certeiras. Em cada uma delas, Criolo se expõe absurdamente. Transborda. Quem está conectado vai junto.
"Nunca vi um show do cara em que alguém não saísse chorando, completamente tomado por ele", diz Ganja.
Criolo faz canções --transitando entre o samba, o soul, o reggae e o brega-- há mais de dez anos. E sua ideia inicial era não colocar nenhum rap no disco. Mas os produtores não deixaram.
"A gente falou que ele tinha que fazer justamente essa interseção, porque a força do passado dele no rap é absurda", diz Ganja. "Era muito importante para que as pessoas entendessem quem era ele, de onde ele veio."
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O rapper Kleber Gomes, mais conhecido como Criolo, que lança "Nó na Orelha", o seu primeiro álbum de canções |
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