A polícia de Goiás vai investigar a queixa de consumidores que afirmam ter comprado ingressos falsos para o show do U2, no último fim de semana, em São Paulo. O número de lesados pode chegar a 30, segundo o delegado adjunto da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), Carlos Fernandes Araújo.
De acordo com uma cliente lesada, entretanto, pelo menos 90 pessoas foram barradas na noite de sábado (9) na entrada do estádio do Morumbi por portar ingressos falsos. Todos compraram os bilhetes da agência de turismo Maivan Tur.
O delegado esclarece que um laudo do Instituto de Criminalística do Estado deve comprovar oficialmente, em até 30 dias, se as entradas são falsas, mas adianta que, em comparação com ingressos originais, a falsificação foi grosseira.
O advogado do proprietário da agência, João Bosco Pinto de Castrou, disse que o cliente, Divanir Bernardes, também foi vítima do golpe. Ele prestou depoimento na tarde desta quarta-feira (13) e disse à polícia que comprou os ingressos de um revendedor de São Paulo. Segundo ele, a agência teve um prejuízo de R$ 50 mil e deve ressarcir os clientes em 30 dias.
Para a bióloga Letícia Emmanuelle de Araújo, 35, o sonho de assistir à apresentação do grupo irlandês começou em janeiro de 2010. Ela acreditou que comprando o ingresso de uma agência teria mais garantias de ir ao evento. "Paguei R$ 1.150 à vista (em pacote que incluía passagens terrestres, ingressos e translado para o show), cheguei ao local da apresentação por volta das 16 horas [de sábado] e apenas ouvi a banda do lado de fora", relembra.
A bióloga e a irmã, a professora Janis Joplin Araújo, 26, relatam outros problemas. Segundo elas, o ônibus da excursão saiu antes do horário estabelecido no contrato e, quando elas chegaram ao local de saída, descobriram que o grupo já tinha partido –elas então compraram passagens de ônibus de linhas convencionais.
As irmãs assistiram ao show no dia seguinte, no domingo (10), mas tiveram de pagar R$ 450 por ingressos de cambistas. Agora, elas aguardam o ressarcimento da agência. A elas, o proprietário pediu um prazo de 15 dias para fazer o pagamento.
A especialista em direito do consumidor Sara Saeghe Ximenes dá dicas para que outros compradores não sejam vítimas de situações como esta. Checar a procedência das empresas em cadastros de reclamações fundamentadas de Procons é uma das alternativas. Ela aconselha também que, antes de fechar negócio, o consumidor deve procurar pessoas que já utilizaram o serviço.
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